Alcoolismo
Autor: Retucci Jerônimo
Quando se fala em dependência
química, a preocupação maior é com as drogas ilícitas, como a cocaína, a maconha,
o crack, o ecstasy, entre tantas outras. No entanto, o grande inimigo está
camuflado sob o manto do socialmente aceitável. O álcool nem sequer é considerado uma droga que causa dependência física
e psicológica por grande parte da sociedade. Sua venda é livre e ele integra a
cultura atual ligada ao lazer e à sociabilidade. Uma reunião em casa de amigos,
o happy hour depois de um dia de
trabalho, a balada de sábado à noite e a paradinha no bar na saída do
escritório não têm sentido sem a bebida alcoólica.
Mas como diferenciar o padrão de
consumo do bebedor ocasional e o padrão daquele com risco de desenvolver
alcoolismo? O bebedor ocasional de alguma forma limita muito bem as situações
em que vai beber. É a pessoa que bebe durante o jantar num dia, mas passa
outros em tranquila abstinência. Além disso, tem um repertório amplo e
diversificado de atividades que lhe proporciona prazer. Ela corre, lê, vê
televisão, vai ao cinema, faz esporte, etc.
Nas pessoas que tendem a desenvolver
dependência, esse repertório de prazer vai-se restringindo progressivamente até
que o álcool (ou qualquer outra droga) se transforma em sua principal fonte de
prazer. São pessoas, por exemplo, que não conseguem imaginar uma festa sem
álcool. Na realidade, a festa deveria representar a oportunidade de encontrar
amigos, usufruir ambiente agradável e o álcool ser apenas um detalhe a mais
dentro desse contexto, mas para elas é o único prazer. Elas podem até deixar de
ir à festa para ficar bebendo com um grupo de companheiros e não concebem um
final de semana sem estarem chapadas. Torna-se predominante esse tipo de padrão
de consumo que busca o prazer poderoso e fácil que a substância produz, e perde
a importância o prazer de usar o álcool dentro de certo ritual contemporâneo
socialmente aceito.
Essa grande diferença começa a
provocar um empobrecimento na vida das pessoas que acabam desconsiderando todas
as fontes ricas de prazer do dia a dia e apenas valorizam o efeito obtido por
meio de uma substância química, no caso, o álcool.
No entanto, vale considerar que a
obsessão mundial pelo álcool, no plano físico, corresponde a um quadro
apavorante de vampirismo no plano espiritual, porque quando vem à
desencarnação, o que é também doloroso, a compulsão viciosa não cessa e com a
dependência do álcool prosseguindo no “além-túmulo”, o desencarnado busca
sintonia com personalidades frágeis ou temperamentos rudes, deles se utilizando
em processo obsessivo para dar prosseguimento ao infame consumo de álcool,
agora lhe aspirando aos vapores e beneficiando-se da ingestão realizada pelo
seu parceiro-vítima, que mais rapidamente se exaure, fazendo nascerem dramas
dolorosos.
É por isso que nesse capítulo convém
considerarmos que a desesperada busca ao álcool pode ser, às vezes, inspirada
por estes processos obsessivos, culminando sempre, porém, por obsessões
infelizes, de consequências imprevisíveis. André Luiz (Espírito), nos mostra em
seu livro “Sexo e Destino”, no capítulo VI, como os espíritos conseguem levar
um indivíduo a beber e, ao mesmo tempo, usufruir das emanações alcoólicas. No
mesmo capitulo, André analisa até que ponto a pessoa encarnada sofre
mentalmente desse processo de fusão e, por incrível que nos pareça, ele observa
que o alcoólatra não é assim tão vitima quanto se imagina, pois que no seu
íntimo, ele continua livre e não experimenta qualquer espécie de tortura, a fim
de render-se aos anseios do espirito obsessor. A chamada “vitima” hospeda o
outro simplesmente e aceitava-lhe a direção, entregando-se por deliberação
própria. No caso citado, não chegava a
acontecer nenhuma simbiose de que fosse a vítima. A associação era implícita, a
mistura era natural. Efetuava-se a ocorrência na base da percussão. Apelo e
resposta, simples assim. “Eram como cordas afinadas no mesmo tom.”
Portanto, o alcoolismo passa a ser
uma enfermidade em ambos aos lados da vida, que exige cuidadoso tratamento
psiquiátrico como também espiritual, devido ao processo obsessivo que se
instala, considerando-se a perfeita identificação de interesses e prazeres
entre o hóspede e o seu anfitrião.

Se nos encontramos em ambientes
festivos e alegres, bafejado pela felicidade, aproveitemos destes instantes com
lucidez. Se a dor nos bater a porta, enfrentemo-la, abstêmio e forte. Para
qualquer cometimento que exija decisão, coragem, equilíbrio, humildade e
resignação, devemos recorrer à prece, mergulhando, na reflexão, o pensamento
para encontrarmos os recursos preciosos para a vitória em qualquer situação,
sob qual seja o impositivo, evitando sempre a assimilação com o vício, na
suposição de que dele nos livraremos quando quisermos, pois que se os viciados
pudessem querer, não estariam sob essa violenta dominação.
Recado de Cornélio Pires, intitulada “Informações do Além”, diz o
seguinte:
“Recebi o seu bilhete,Meu amigo João da Graça,Você deseja do AlémNotícias sobre a cachaça.
O assunto não é difícil.Cachaça, meu caro João,Recorda simples tomadaQue liga na obsessão.
Você sabe. Aí na Terra,Nas mais diversas estradas,Todos temos inimigosDas existências passadas.Muitos deles se aproximamE usando a ideia sem vozPropõem coisas malucasEscarnecendo de nós.
Nas tentações manejamosNossa fé por luz acesa,Mas se tomamos cachaçaLá se vai nossa firmeza.
Olhe o caso de Antoninha.Não queria desertar,Encafuou-se na pinga,Hoje é mulher sem lar.
Titino, homem honesto,Servidor de tempo curto,Passou a viver no copo,Agora vive de furto.
Rapaz de brio e saúdeEra Juca de João Dório,Enveredou na garrafa,Passou para o sanatório.
Era amigo dos mais sériosSilorico da Água Rasa,Começou de pinga em pinga,Acabou largando a casa.
Companheiro certo e bomEra Neco de Tião,Afundou-se na garrafa,Aleijou o próprio irmão.
Cachaça será remédio,É o que tanta gente ensina...Mas álcool, para ajudar,É coisa de Medicina.
Eis no Além o que se vê.Seja a pinga como for,Enfeitada ou caipira,É laço de obsessor.
Nas velhas perturbações,Das que vejo e que já vi,Fuja sempre da cachaça,Que cachaça é isso aí.”
REFERENCIAS:
MIRANDA, MANOEL PHILOMENO DE
(Espírito), “Trilhas da Libertação”;
psicografado por Divaldo Pereira Franco. – Salvador, BA: Livr. Espírita
Alvorada.
ÂNGELIS, JOANNA DE (Espírito). “SOS Familia”; psicografado por Divaldo P.
Franco – Salvador, BA: Editora LEAL.
BARCELOS, WALTER. “Sexo e Evolução” – Rio de Janeiro, RJ: Editora
Cristã Fonte Viva, 1995.
LUIZ, ANDRÉ (Espirito), “Sexo e Destino”; psicografado por
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. – Rio de Janeiro,
RJ; FEB.
ESPÍRITOS
DIVERSOS, “Diálogo dos Vivos”;
psicografado por Francisco Cândido Xavier e José Herculano Pires.
Alcoolismo
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Não consigo vencer o vício a 5 dias perdi o emprego preciso de ajuda
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