Estou no Lugar Certo?

Reunião de família, comemorações, voltar para casa, momentos agradáveis e esperados para muitos, para outros porém, representa sofrimento e sinônimo de problemas.

Muitas vezes estar em família não faz sentindo, o sentimento de inadequação é tão grande que “Estranho no Ninho” passa a ser o nome e o sobrenome da pessoa deslocada; a dificuldade para identificar-se como membro da família faz com que surja o questionamento, “Será que estou no lugar certo?”, não me identifico com a minha família.

Nessas circunstâncias, é comum desejar o afastamento do núcleo familiar em busca de outras pessoas que são “como se fossem” da família, uma vez que o relacionamento flui com facilidade, é prazeroso estar juntos, existe empatia e identificação de gosto e pendores entre outros. Reencarnar em uma família faz parte do planejamento Divino em favor de nossa evolução, contudo, a convivência amistosa ou não depende das nossas conquistas em vidas anteriores, simpatias e antipatias angariadas através de nossas ações.

No Evangelho Segundo o Espiritismo no Capítulo XIV HONRAI A VOSSO PAI E A VOSSA MÃE – abordando a parentela corporal e a parentela espiritual, Allan Kardec afirma que “os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos [...] Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações”.

No ‘Livro Retratos da Vida’ psicografia do nosso querido Chico Xavier, o espírito Cornélio Pires, diz em trovas no Capítulo ‘Parentesco e Reencarnação’, que

“Antes do berço rogamos
A luta que nos apraz, 
Depois, muito comumente,
Buscamos voltar atrás”.

“Requisitamos em prece
Inimigos por parentes
E ao revê-los, ombro a ombro,
Reclamamos descontentes.”

“Parentela é escola santa

Sempre que a vemos daqui,

Cada qual encontra em casa

aquilo que fez de si.”

Se nossa família não é como gostaríamos que fosse, é importante compreender e aceitar que ela é presente de Deus e a melhor oportunidade para nossa evolução, sendo possibilidade de aumentar nossos vínculos com espíritos simpáticos e a misericórdia do reajustamento emocional com espíritos a quem ainda não aprendemos a amar o suficiente. Lembremo-nos sempre que o amor é conquista individual e ser fraterno é uma questão de escolha.

Créditos

O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de GUILLON RIBEIRO.

Retratos da Vida. Cornélio Pires. Psicografia de Francisco C. Xavier