Os Laços Espirituais e a Família

Nelson Neto

A abnegada benfeitora espiritual Joanna de Ângelis chama a família de santuário. Emmanuel, por sua vez, intitula a família como a mais importante associação humana. Porém por que estes dois Espíritos, abnegados trabalhadores da seara de Cristo, se referem de forma tão grandiosa com relação a família? Pois a família é a escola primeira do espírito, é onde ele retira suas primeiras lições para prosseguir na senda evolutiva. 

Como já vimos anteriormente, em outros artigos desta série, o espírito reencarnante irá reencarnar na família que melhor atenda suas necessidades evolutivas. Também vimos que em uma família podem reencarnar espíritos simpáticos e/ou antipáticos entre si, todos visando seu burilamento e progresso moral e espiritual. Desse quadro se originam duas espécies de famílias: as ligadas por laços sanguíneos e as ligadas por laços espirituais.

As famílias ligadas puramente por laços de sangue são frágeis, assim como a matéria, extinguem-se com o tempo, e moralmente dissolvem-se ainda nesta existência. Já as famílias ligadas por laços espirituais, nosso foco neste artigo, são duradouras, fortificam-se com a purificação dos Espíritos e prosseguem no Mundo Espiritual, por meio das diversas migrações da alma.

Os laços espirituais existentes unem os espíritos aqui ou onde quer que se encontrem porque os sentimentos permanecem inalteráveis. “Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação (..,)” nos assegura o Codificador em ‘O Evangelho segundo o Espiritismo’ (Capítulo IV. Item 18.) Estes laços não se dissolvem justamente porque são indestrutíveis, assim como o espírito. E este sentimento de simpatia é transmitido de encarnação à encarnação.

Completamos este artigo com estas palavra de Emmanuel, na obra ‘Vida e Sexo’ , psicografada pelo querido Francisco Cândido Xavier: “Arraigada nas vidas passadas de todos aqueles que a compõem, a família terrestre é formada, assim de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos. Para os ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino. Apesar disso, importa reconhecer que o clã familiar envolve incessantemente para mais amplos conceitos de vivência coletiva, sob os ditames do aperfeiçoamento geral, conquanto se erija sempre em educandário valioso da alma. Temos, dessa forma, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor.”

Créditos:
O Evangelho Segundo o Espiritismo. Allan Kardec. Tradução de Evandro Noleto Bezerra.

Vida e Sexo. Emmanuel. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Constelação Familiar. Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco.