Planejamento Familiar - Parte II
Nelson Neto
“ (...) Uma programação
familiar objetivando o equilíbrio e a educação dos filhos, constitui um
compromisso saudável e dignificante (...)” – Joanna de Ângelis
Como vimos no artigo anterior desta série, sob a ótica espírita, o
planejamento familiar é muito válido! Pois impede que as criaturas se enveredem
pela senda do aborto, que tem conseqüências espirituais e morais muito sérias
ao individuo que o pratica. E que o casal tem o direito de planejar sua família
visto que assumirá pesadas responsabilidades no plano físico e no plano
espiritual para com os filhos. Agora neste artigo concludente, nos
esclareceremos sobre o assunto com base em seis perguntas, respondidas pelo
escritor espírita, Richard Simonetti.
Aprendemos com a Doutrina Espírita que muitas vezes a família é planejada
na Espiritualidade. O casal que limita a natalidade não corre o risco de estar
negligenciando seus deveres?
Colocaríamos
melhor a questão dizendo que “algumas vezes” esse planejamento é feito,
porquanto poucos Espíritos revelam, ao reencarnar, suficiente maturidade para
assumir tal compromisso. Se há o planejamento, o casal tende a observá-lo.
Reencarna com essa ideia. Ambos, intuitivamente, desejam determinado número de
filhos, e acabam por consumar o que foi planejado.
Não pode ocorrer um abandono? Que o casal resolva limitar a natalidade,
aquém do que foi planejado?
Sim,
porquanto nossa visão no mundo espiritual é mais ampla e esclarecida. Do “outro
lado” identificamos melhor nossas necessidades. Aqui, de percepções bloqueadas
pela armadura física, temos uma visão limitada e, inspirados pelo egoísmo,
podemos refugar nossos compromissos.
Se o casal planejou receber determinados Espíritos como filhos, e não o
faz, o que acontece com eles?
Depende de sua condição evolutiva. Espíritos mais evoluídos vão cuidar
da vida. Desafetos, que viriam para harmonizar-se com os pais, podem
persegui-los. Amigos carentes, em estado de desequilíbrio, que deveriam
reajustar-se no processo reencarnatório, podem vincular-se ao lar, agindo como
almas penadas a perturbá-los.
Nos países subdesenvolvidos a prole é numerosa, chega a envolver uma
dúzia de filhos. Os pobres são mais fiéis ao planejamento espiritual?
Não se trata de fidelidade ao planejamento,
mas de incapacidade de planejar, pela própria condição cultural. Os nascimentos
em lares assim obedecem à Natureza. Espíritos vinculados ao psiquismo do casal
são atraídos à reencarnação, pelo campo vibratório que se forma no relacionamento
sexual.
Não há interferência da espiritualidade?
Um evento tão importante como a reencarnação jamais ocorre sem a
presença de mentores espirituais, que oferecem seu apoio e ajuda.
Eventualmente, podem até favorecer que determinado espírito seja conduzido
àquele lar, num planejamento sumário.
Nota-se que, na medida em que a população evolui cultural e
economicamente, há uma tendência para a limitação da natalidade. Isso não
representa um “fechar de portas” aos Espíritos que precisam reencarnar?
Há
alguns excessos nesse particular. Casais com maior poder aquisitivo podem não
querer compromissos dessa natureza, a fim de “gozar a vida”. A virtude está no
meio. Nem despreocupação com a quantidade de filhos, nem limitação excessiva.
Nem porta escancarada, nem porta trancada antes da hora. Os filhos dão muito
trabalho e preocupações, mas oferecem, também, significado e objetivo à
existência, colaborando decisivamente para a mudança de pessoa na conjugação do
verbo de nossas ações. da primeira do singular – eu, sob orientação do egoísmo,
para a primeira do plural – nós, iniciando-nos nos domínios abençoados da
fraternidade.
Simonetti, sob a luz do
Espiritismo, nos esclarece as principais dúvidas a respeito do tema. Porém,
temos de ter bem claro em nossas mentes a responsabilidade, física e
espiritual, que é receber um espírito reencarnante, em nosso seio familiar.
Lembrando-nos sempre que este Espírito reencarnante, que vem ao nosso lar, na condição de filho, traz necessidades
evolutivas próprias. E além dessas necessidades evolutivas próprias, também
traz de suas vidas anteriores, débitos que lhe convém resgatar. Portanto os
casais devem sim, planejar suas famílias. Para oferecer a este Espírito que
regressa a vida física condições físicas, morais, espirituais e sentimentais
adequadas ao seu desenvolvimento físico e espiritual, que possibilite à ele seu
progresso moral e espiritual e seu resgate dos débitos passados. E ainda, de
especial importância, o casal deve planejar sua família, para que evitem cair no
laço do aborto, adquirindo assim, graves e pesadas dívidas morais e
espirituais!
Obrigado por sua leitura e visita!
Créditos:
Constelação
Familiar. Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Franco.
Planejamento Familiar - Parte II
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